Alinhar o projeto a ser elaborado com as necessidades e as expectativas do contratante é fundamental para alcançar a satisfação do cliente. Por isso, o profissional dearquiteturaou odesignerde interiores precisa identificar, em sua primeira reunião, os detalhes e as peculiaridades do seu público, como o estilo de vida adotado, os gostos e, principalmente, os seus desejos.
Entre os processos que fazem parte das etapas que compõem o planejamento, há estratégias que podem tornar o trabalho do profissional e o entendimento do seu cliente mais claros. Isso, naturalmente, contribui para que tudo caminhe com uma maior tranquilidade, até mesmoa escolha dosmóveis ideaispara o ambiente, por exemplo.
Assim, ao compreender as reações e também as percepções do seu público, é possível fazer com que o seu cliente fique mais satisfeito com o seutrabalho. Inclusive, isso evita que haja frustrações em relação ao resultado obtido em razão de não atingir as perspectivas.
Quer descobrir quais são os tipos de perfil de cliente dearquiteturamais comuns? Então, confira os tópicos a seguir.
Boa leitura!
Confira as diferenças existentes entre um cliente corporativo e um residencial
Enquanto algumas pessoas dizem que os clientes são sempre iguais, engenheiros e arquitetos sabem bem que isso não é algo que se possa afirmar. Afinal, é perfeitamente possível que você identifique asdistinções existentes entre os clientes corporativos e os residenciaisjá na primeira fase do contato.
O cliente corporativo
Esse tipo decliente, em regrafoca o custo-benefício e deseja que os projetos sejam elaborados e executados com urgênciaAdemais, geralmente, há a necessidade de ter um planejamento futuro ao lidar com ele.
Afinal, além de ser muito comum que as reformas e alterações estruturais no ambiente acabem por impactar a rotina laboral e a produtividade dos profissionais (ainda que você tenha o cuidado de realizar a maior parte do trabalho nos fins de semana ou ao fim do expediente), é sempre importante considerar a possibilidade de expansões futuras nas atividades da empresa.
Logo,é interessante que as escolhas feitas tornem viável uma fácil reorganização futura se necessário— por exemplo, em relação ao mobiliário corporativo. Esse tipo de cliente também costuma apresentar outras características e, entre elas, podemos citar:
● a busca por uma operação e por uma manutenção mais facilitada;
● umbudgetque é definido previamente;
● uma menor maleabilidade e menos ousadia;
● o objetivo de proporcionar uma experiência agradável aos clientes e criar um espaço produtivo para os colaboradores, sem deixar de lado a seriedade que o local exige;
● a necessidade de executar as obras em horários que não são comerciais, como dito,o que acaba por gerar custos extras e prazos mais longos;
● a exigência de um planejamento futuro para possíveis expansões, como também mencionado.
Desse modo, é preciso que o arquiteto tenha a cautela de prever possíveis modificações futuras no ambiente comercial, de modo que ele não se limite apenas à quantidade atual de funcionários que compõem o quadro de pessoal. É preciso pensar em espaços extras para, posteriormente, acomodar mais pessoas. Por isso,é fundamental ter em mente soluções inovadoras, criativas e sustentáveispara atender ao gosto e às exigências dos clientes com esse perfil.
Veja outros pontos aos quais você deve ficar atento em relação ao cliente corporativo
Ao lidar com um perfil de cliente corporativo, é preciso ter muita atenção ao bem-estar. Isso porque, devido à preocupação com os custos e os prazos, muitos desses consumidores acabam por deixar a ergonomia — que é tão fundamental — de lado.
Então, é nesse momento queo arquiteto precisa zelar pelo conforto e pela funcionalidade dos equipamentos e do mobiliário, considerando as disposições da Norma Regulamentadora nº 17, para que todos os trabalhadores consigam exercer as suas funções sem o comprometimento de sua saúde. Outro ponto ao qual é preciso estar atento tem relação com as questões burocráticas, afinal, é o profissional de arquitetura que fica responsável pela obra e pelo projeto que ele assina.
O cliente residencial
Esse tipo de cliente costuma focar nos acabamentos, nos estilos e nas marcas. Nesse caso, como o objeto da obra é o próprio lar — um local de refúgio e de descanso do contratante — é natural que o olhar esteja mais voltado à beleza, às áreas comuns, ao bem-estar, ao aconchego e também, é claro, à privacidade. Além disso, confira outras características desse perfil mais específico de contratante:
● a busca pela estética é mais presente;
● obudgeté mais variável;
● os projetos são menos urgentes;
● as obras, em regra, acontecem em horários comerciais, o que contribui para uma mão de obra mais facilmente recrutada e acessível;
● os projetos são mais fixos e sem muita necessidade de considerar interferências posteriores.
Ademais, esse tipo de cliente é mais maleável e até ousado para escolher o mobiliário ergonômico para sua casa. Inclusive,muitos deles aceitam as sugestões dos arquitetos.
Outros já têm em mente o tipo de móveis que irão compor a residência de acordo com as suas próprias preferências. Contudo, nesse caso, também é necessário que o profissional de arquitetura se mantenha atento ao Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), para que o projeto seja elaborado e realizado conforme as exigências estabelecidas pela ABNT, nos casos de reformas de imóveis.
Veja quais são as diferenças existentes entre o mobiliário corporativo e a mobília residencial
Muitas pessoas ficam em dúvida sobre a diferença entre os móveis corporativos e os residenciais. Por isso, apresentaremos a seguir, como conseguir identificá-los mais facilmente.
Confira!
Resistência e durabilidade
Os mobiliários corporativos costumam ser mais resistentes e duráveis, em razão da natural rotatividade de pessoas e por serem usados com mais frequência. Por exemplo, as cadeiras que compõem uma sala de jantar de uma residência tendem a ser usadas apenas durante as refeições. Por sua vez, em um refeitório, os assentos têm alta rotatividade e o uso pode ser prolongado.
É por isso que os móveis criados para o mercado corporativo habitualmente apresentam uma diferença em sua engenharia construtiva, com travas e sistemas inteligentes de encaixe. Assim,passa a ser viável uma maior resistência e mais estabilidade na peça, o que também oferece umdesignmais ergonômico.
Padronização
Nos mobiliários destinados ao uso residencial, as pessoas podem escolher entre os mais diversos tipos de móveis e dedesign, com cores, estilos e formatos diferentes, dependendo do ambiente (criando uma espécie de “unidade” com o restante dos espaços da casa).
Já aos corporativos, muitas vezes, é possível que haja uma padronização, para que tudo fique com “a cara da empresa”,preservando a identidade visual da marca.Em se tratando de uma corporação que tem várias filiais, por exemplo, é importante manter o mesmo estilo e a mesma cor nos móveis, para que os locais padronizados e em harmonia com os demais.
Percepção da marca
A escolha do mobiliário de uma residência ajuda a empregar a personalidade de determinada família no ambiente. Isso porque todos conseguem identificar as características das pessoas que moram naquele local por meio das suas preferências.
Além disso, a disposição dos móveis e suas respectivas cores e estilos ajudam a otimizar a percepção da marca responsável pelodesigndiante do mercado e do consumidor final. Isso é possível porque a clientela consegue associar o visual dos móveis a determinada empresa.
No entanto, não se esqueça de que, antes de escolher ou sugerir — a depender dos limites estabelecidos — o mobiliário do seu cliente, você deve atentar a algumas informações, como as elencadas a seguir:
● objetivo do espaço;
● quais são as necessidades e as prioridades do cliente;
● qual é a finalidade de cada um dos ambientes;
● quantas pessoas irão ocupar o local em questão;
● quais são as demandas e os anseios dos moradores.
Além disso, é fundamental saber qual é o sexo, a idade, o nível de escolaridade e oshobbiesdos integrantes do lugar para poder personalizar os ambientes. Da mesma forma, é altamente recomendável investigar os objetivos do cliente, para queoprojetoesteja alinhado ao seu pedido e às expectativas de todos os moradores.
Entenda a relevância da criação de um briefing para a melhor identificação do tipo de cliente e como fazê-lo
Embora o termo dificilmente soe como algo novo para você, profissional da arquitetura, vamos conceituá-lo brevemente: bastante empregado no universo corporativo,obriefingpode ser compreendido como um conjunto de diretrizes que são repassadas a alguém que ficará responsável pela construção de um projeto.Basicamente, ele deve trazer o máximo possível de informações necessárias para a compreensão das reais necessidades do cliente.
Ou seja, é por meio desse instrumento que você pode desenvolver um trabalho que esteja realmente alinhado aos anseios do seu público.“Mas por que o briefing é tão relevante na elaboração de um projeto?”. Bem, imagine-o como um norte que guiará toda a evolução do planejamento.
Desse modo, se malfeito, é muito provável que a sua interpretação do que é esperado pelo contratante seja equivocada, resultando em desperdício de tempo e de recursos financeiros — isso, é claro, sem contar o desgaste certo que haverá na relação estabelecida entre vocês. Portanto, é imprescindível a elaboração de um bombriefing,para reduzir ao máximo as chances de ocorrerem inconvenientes como esse.
A elaboração do briefing
“Certo! No entanto, como fazê-lo da forma correta?”.A partir do momento no qual assumimos que esse instrumento representa uma espécie de “programa das necessidades” do seu cliente, compreender a sua elaboração passa a ser mais fácil.
Inicialmente, é necessário considerar que ele sofrerá variações de acordo com o tipo de projeto (ou, como abordamos ao longo deste material, de acordo com o tipo de cliente), seja corporativo ou residencial. Durante o contato inicial, o contratante vai expor todas as suas ideias, as perspectivas em relação ao serviço que será executado, os seus sonhos e as demais informações pertinentes.
Nesse momento, é imprescindível que, mesmo diante da empolgação do cliente, o profissional de arquitetura esteja bastante atento para que nenhum dado relevante fique de fora dobriefing. Logo, é preciso conduzir a reunião visando tomar ciência de tudo que é necessário.
Acredite: não é incomum que o potencial contratante “fale, fale, fale”,mas acabe por finalizar o encontro sem expor todas as informações para o início do projeto. Sendo assim,não permita que essa falta de comunicação aconteça.
A melhor dica que podemos dar nesse sentido é: faça umchecklistde perguntas a serem respondidas pelo cliente.Considerando o exemplo de um casal de moradores para um projeto residencial, estes seriam os questionamentos mais convenientes a serem feitos:
● Qual é/será a quantidade de cômodos?
● Quais são os planos futuros em relação à moradia e à própria família? Existem filhos? Se não, há pretensão de tê-los?
● Qual será a frequência de uso do imóvel?
● Quais são oshobbiesdos moradores?
● No dia a dia, quais serão os cômodos mais usados da casa?
Por mais que, em um primeiro momento, nesse exemplo, as perguntas pareçam um tanto “invasivas”, tenha em mente que, ao tratarmos com um cliente residencial, lidamos com o seu espaço mais íntimo, onde ele busca total aconchego. Uma boa prática para evitar quaisquer constrangimentos nessas situações é mostrar ao contratante a importância de conhecer essas informações, para a entrega de um resultado tão alinhado quanto possível às suas expectativas e manter uma postura profissional sempre.
Por sua vez, em se tratando deprojetoscorporativos, basta seguir a mesma “linha de raciocínio” e adaptar os questionamentos, de modo a conhecer, por exemplo, informações importantes a respeito do serviço ou produto oferecido pela corporação, o panorama do segmento de atuação, o perfil do público-alvo, os objetivos da companhia etc.No fim das contas, o que não muda nobriefingé a sua essência e a sua essencialidade para identificar as necessidades do cliente.
Por fim, para identificar o perfil de cliente de arquitetura do seuescritório, é necessário entender, além de quais suas preferências e habilidades, quem é a sua persona, ou seja, traçar um perfil semi fictício do seu consumidor ideal. Isso pode ser feito por meio do rastreamento do histórico digital do seu negócio e com o monitoramento dasredes sociais. Assim, será mais fácil notar quais são as tendências de consumo e os padrões de comportamento dos clientes, o que é fundamental para ajudá-lo na hora de elaborar um projeto conforme as preferências do seu público.
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